Como o psicólogo pode trabalhar os sintomas da criança no consultório?

26 de julho de 2016

A atuação do psicólogo infantil se dá a partir da história de vida dessa criança e necessita da participação total dos pais ou responsáveis durante o processo terapêutico. A história da criança reflete sobre todo o seu jeito de ser e pensar, desde o momento de sua concepção. O relacionamento dos pais ao descobrirem sobre a gravidez, já começa a influenciar em como essa criança será quista na estrutura familiar. Durante a gestação é importante conversar com o bebê, preparar o quartinho ou pertences da criança, com muito amor e afeto, pois essa criança já precisa “se fazer sujeito” mesmo antes do seu nascimento. Porém, é impossível controlarmos todos os momentos que passamos durante a gestação, e às vezes, alguma coisinha acontece e reflete posteriormente em sintomas na criança. Dificilmente o sintoma incomoda a criança em si, a queixa trazida ao consultório vem por incômodo dos pais, por isso, necessitamos da fala, participação e o apoio dos mesmos.

A troca de informações entre pais e terapeuta é fundamental, mas é preciso cuidado com aquilo que se fala na frente do paciente, pois as crianças são muito espertas e muitas vezes perdem a confiança no profissional, achando que tudo o que contar em consulta, o psicólogo(a) reproduzirá aos pais e isso poderá gerar algum tipo de castigo.

As brincadeiras, brinquedos e jogos utilizados durante as sessões são apenas recursos terapêuticos para ajudar a criança a se expressar através do lúdico, da fantasia. Sabemos que na hora de colocar a imaginação em ação, as crianças são especialistas! Porém, essa imaginação não vem do nada, é uma reprodução exagerada ou fantasiada daquilo que a criança vive, escuta e da sua percepção do mundo. Contribuindo assim, para o psicólogo identificar o que traz sofrimento à criança. O tratamento é feito através dos brinquedos e brincadeiras também, pois essa é a linguagem que a criança compreende melhor.

Com o desenvolvimento das sessões o psicólogo consegue avaliar, perceber, e inferir sobre como a criança está se colocando na sua relação afetiva, nas questões cognitivas (no que diz respeito a aprendizagem e linguagem), e como ela consegue se projetar no mundo que a cerca e consigo mesma. Todos os sintomas e formas de expressão da criança são “pistas” que dão ao psicólogo um arsenal de argumentos para que possa intervir na produção de mudança e melhoria da qualidade de vida desse Humaninho em desenvolvimento!

 

Dra. Daniela Rita

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