A agressividade infantil debruça-se em diversos fatores que rodeiam as primeiras fases do desenvolvimento. Tendo a família grande importância e responsabilidade para que esse aspecto do desenvolvimento ocorra de maneira saudável e normal à criança. Tanto a submissão quanto a frustração excessiva são graves fatores patogênicos que desenvolverão um “Eu” anormal, insuficiente e perturbador. As fases como:
- Desmame;
- Educação do asseio;
- Reação ao negativismo dos três anos;
- Reação ao nascimento de um irmão ou irmã;
- Reação às atitudes dos progenitores.
São importantes quadros que, quando não vivenciados de modo saudável, são fortes contribuintes para uma agressividade anormal.
POSSÍVEIS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA AGRESSIVIDADE INFANTIL
Para entender a agressividade infantil é preciso entender a subjetividade do indivíduo inserido na sua problemática. Isto significa considerar o contexto histórico-social de forma individual, única. É preciso que sejam avaliados aspectos da criança e da família, tais como: idade, sexo, estrutura familiar, condição socioeconômica, ano escolar, os aspectos do comportamento agressivo e outros.
As crianças que apresentam sua agressividade em desacordo com o que é considerado próximo ao saudável podem ter relação com fatores tais como: pais que não apresentam clareza e coerência em sua postura quanto a sua educação e limites, a violência doméstica a qual está inserido ou ainda o seu ambiente escolar. Visto que, a criança é “super” influenciada por seu ambiente familiar e social, uma vez que o ambiente onde a criança se encontra, e a trata como um problema indesejável, irá atenuar os problemas de tal modo que a criança, não se aceitando, torna-se ainda mais agressiva. E ela pode demonstrar sua agressividade a fim de despertar nos pais os sentimentos internos não percebidos pelos mesmos.
É um equívoco achar que crianças agressivas apresentarão apenas atitudes óbvias de agressividade. Muitas vezes a criança muito apática e passiva pode ter encontrando no aparente “silêncio”, a única maneira de expressar que algo a incomoda. Essas crianças muitas vezes apresentarão comportamentos de fuga, exclusão, apatia, aparente desinteresse por atividades em grupos e muitas vezes desinteresse escolar. Ambos os casos são demasiado difíceis aos pais, professores e a sociedade em geral. Porém, enquanto no primeiro caso há maior facilidade em se reconhecer as necessidades da criança, no segundo necessitará de maior sensibilidade e observação quanto ao comportamento da criança.
Sem que uma avaliação profunda seja feita, não há correlação entre comportamento empático e agressivo, nem diferenciação entre idade ou sexo. Porém, meninos apresentam maior comportamento agressivo, enquanto as meninas apresentam maior comportamento apático. Ressaltando a íntima ligação com fatores de risco ao desenvolvimento e a aprendizagem. Reações mais elaboradas são mais frequentes com a idade e a força física.
As práticas parentais, pobres em disciplinas e monitoramento da criança, propiciam condições iniciais aos problemas de conduta. Existe a influência de quatro variáveis – comportamento dos avós, comportamento dos pais, variáveis sóciodemográficos e “estressores” familiares. Essas crianças encontram dificuldades em inserir-se em grupos e passam por falhas acadêmicas, encaminhando-se à delinquência, quando adolescentes.
Os filhos muito trabalhosos, que são para os pais demasiado difíceis de lidar e com comportamentos agressivos, têm para si sua parcela de contribuição a desorganização familiar e desequilíbrio no relacionamento conjugal fragilizado.
É notável o contínuo aumento do número de crianças que apresentam comportamentos exageradamente agressivos, paralelo a isso, os pilares familiares sofreram algumas mudanças importantes na estruturação familiar. Atualmente a responsabilidade da manutenção familiar recai sobre ambos, a figura materna e a paterna. Resultantes disso, as crianças passam a maior parte do tempo em instituições escolares ou com pessoas fora do seu círculo familiar. Portanto, a maior responsabilidade por uma frustração e manutenção sadia da agressividade infantil é direcionada à mãe e, posteriormente, ao pai. Essas crianças ao sentirem a ausência e a necessidade de suas bases estruturais, apresentarão comportamentos em desacordo com os aceitáveis socialmente para, de algum modo, conseguirem à sua maneira a satisfação às suas necessidades.
Dra. Daniela Rita