Aleitamento materno, presente Saudável, futuro sustentável. Esse foi o tema trabalhado durante a semana mundial de aleitamento materno a ocorrido em agosto de 2016. Amplo e que nos permite refletir sobre diferentes aspectos. Mas, inicialmente, vamos visualizar a seguinte situação: nasce um bebê e este é apresentado à mãe. Nesse contexto os dois precisarão aprender muito um com o outro: a mãe a amamentar e o bebê a mamar. Nossa! Quem já amamentou, saberá lidar com isso um pouco melhor. Quem irá amamentar pela primeira vez, se angustia com inúmeras expectativas. E sem o apoio e as orientações adequadas, as angústias podem se tornar frustrações e dentre seus questionamentos um que se repetirá: “por que ninguém falou que era tão difícil?”
Melhor dizer um desafio. Mas não impossível. O significado de sustentabilidade é transversal e ultrapassa limites quando considera sustentável aquilo capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das gerações futuras. Definição incrível. Mas prática quando de trata da amamentação? Sim, muito. Mais do que imaginamos. Como? Se nós profissionais de saúde orientarmos a família durante o pré-natal – não só a mãe, pois essa é uma conduta que envolverá todos em uma casa; se aplicarmos, junto à família, na maternidade, do pós-parto imediato à enfermaria, as orientações dadas durante o pré-natal; se acompanharmos os nossos Humaninhos e sua família, mensalmente, no decorrer do primeiro ano de vida. Somente assim poderemos apoiar, estimular e intervir adequadamente quando necessário.
Então, iniciaremos o primeiro passo para tornar o aleitamento materno sustentável. Primeiro, pois a família tem papel fundamental. Mesmo com todas as orientações e acompanhamentos, a amamentação será efetiva se a família desejar. Não só a mãe, a família! O pai e os avós precisam ter consciência também da importância da amamentação e se permitirem vivenciar a experiência com a criança e a mãe. Então teremos na assistência e na família um objetivo comum. O objetivo de tornar o aleitamento materno sustentável suprindo as necessidades “das gerações atuais”: da criança, garantido a alimentação saudável, da mãe favorecendo a retomada do seu peso pré-gravídico, além de, no contexto familiar, reduzir os custos com leite artificial e com assistência médica. No contexto social, a amamentação não comprometerá as necessidades das futuras gerações pois garante o exemplo e valoriza o que é realmente essencial: o afeto e o vínculo, estendendo o cuidado para o meio e o ambiente, preservando-os.
Mariana Costa
Nutricionista
CRN5 1942