No Japão, na Europa e nos Estados Unidos o acessório é bastante popular. E entre os adeptos da ideia, a menção à coleira usada em animais é evitada, por ser considerada pejorativa. “O nome correto para o objeto é contentor, mochila-guia ou ainda ‘cordão de confiança’. Seja qual for a denominação, o uso do acessório tem se intensificado no Brasil e vem gerando bastante controvérsia entre pais, profissionais da educação e do desenvolvimento infantil.
Muito utilizado pelos pais para contenção das crianças, principalmente as mais agitadas, em lugares públicos e superlotados, o guia parece demonstrar ser útil para evitar que os pequenos se exponham aos riscos nos momentos em que seus cuidadores não conseguem segurá-los ou impedi-los de, por exemplo, sair correndo ou se perderem.
No entanto, é importante pensar no uso constante da peça, pois ela pode atrapalhar a conquista da autonomia e o aprendizado de limites, fundamental para que a criança se desenvolva plenamente. É importante que a criança viva situações de separação dos pais, ainda que momentâneas, que experimentem o mundo conforme a sua curiosidade e que aprendam a dizer não aos perigos.
Dessa forma, uma criança que é segurada firmemente pelas mãos dos adultos em situações de risco, em geral, pode estar devidamente protegida. É importante refletir também que se uma criança precisa ser presa por uma coleira ou guia, provavelmente pode estar no local errado ou, então, está tendo um comportamento opositor que pode ser compreendido e tratado pelos pais, fora de locais públicos.
Segurança ou Comodidade?
É importante também entendermos se a utilização dessa guia está servindo apenas para a segurança da criança ou para a comodidade dos adultos, que podem se despreocupar com seus filhos enquanto utilizam o celular ou fazem outras coisas. Além disso, a utilização exagerada dessa guia pode também desfavorecer a interação dos pais com os filhos principalmente no que se refere a educação, orientação e afetividade. Afinal, os pequenos irão aprender muito mais com esse contato pessoal do que com um contentor dos seus movimentos corporais. Em outras palavras, o cordão de confiança não substitui os limites dados pelos pais, tão pouco a verdadeira confiança que eles precisam estabelecer na relação familiar, que começa de pequeno.
E você? É favor do uso de contentor em crianças pequenas?
Daniela Rita
Psicóloga