Quando uma criança mostra dificuldades em brincar e interagir com os pais e os pares, é natural que surjam preocupações. O que significa e o que fazer?

4 de julho de 2016

Quando a criança nasce, os pais ficam atentos ao seu desenvolvimento e expectantes em relação ao que aí vem. Focam-se em cada descoberta e aquisição do seu filho, observando se estas ocorrem no período esperado: sorrisos, palminhas e gracinhas derretem a família e alimentam as expetativas de cada nova descoberta. Desejosos de conhecer a sua criança, os pais interpretam a forma como expressa as necessidades, se é simpática, chorona, teimosa, irrequieta e traquina, como é esperado que uma criança seja. Quando, ao segundo ano de vida, o filho ainda não fala ou não faz o gesto do adeus, não pede ajuda, não se mostra receptivo nem retribui afetos, brinca sozinho, surgem as preocupações. Além do sofrimento dos pais – por não haver uma reação que lhes diga se tudo o que fazem e sentem pelo filho é correspondido –, o fato é que o atraso nestas aquisições pode comprometer o desenvolvimento normal da criança, até porque a interação com os outros está na base da maioria das aprendizagens. Estes sinais poderão estar associados a uma perturbação da relação e da comunicação, ou futuramente a uma perturbação do espectro do autismo, pelo que os pais deverão continuar atentos e pedir ajuda especializada caso sintam a necessidade de um diagnóstico e intervenção.

Dra. Daniela Rita

Voltar
Perturbação da relação e comunicaçãoTranstornos do espectro autista