A intervenção deverá, sobretudo, promover a relação da criança com o adulto, aumentando a sua iniciativa para comunicar – seja através do olhar, de um gesto, de um sorriso, de um som ou da tão esperada palavra. Toda a intervenção deverá realizar-se de forma lúdica e livre, partindo dos interesses e das motivações da criança com o objetivo de entrar aos poucos no seu mundo e permitindo que ela nos envolva na sua brincadeira, proporcionando-lhe uma interação prazerosa.
A partir deste momento, a relação social tornar-se-á mais recíproca e a criança encontrar-se-á mais envolvida e com gosto pela interação com o outro, tomando mais vezes a iniciativa para interagir e comunicar. Nesta altura, já terá estratégias para comunicar os seus desejos e puxa o adulto para o que quer, faz sons, olha para o que deseja e aponta, conseguindo fazer-se entender. E quando chega a esta fase, será muito mais provável que comece a usar palavras. Mais importante do que ter as competências de desenvolvimento esperadas para a sua idade, é fundamental que saiba comunicar e que sinta prazer na relação e no brincar com os seus pais, família e pares. Pais e outros cuidadores são essenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento, pelo que devem ser envolvidos pelos profissionais em qualquer programa de intervenção precoce planeado e realizado para responder às necessidades do seu filho com perturbação da relação e comunicação. É a família nuclear que está mais tempo presente e com quem existe um vínculo de amor mais forte, que só quem ama consegue transmitir.
O QUE OS PAIS PODEM FAZER PARA “ENTRAR NO MUNDO” DA CRIANÇA
• Identificar o foco de atenção da criança.
• Entrar na atividade da criança, imitando-a.
• Levar a criança a interagir e envolver-se através das ações dos pais.
• Incentivar a criança a comunicar, obstruindo-lhe a brincadeira em que está focada.
• Envolver-se com a criança, não se limitando a apresentar-lhe brinquedos variados.
• Promover momentos de interação várias vezes ao dia, em períodos de 20/30 minutos.
• Aproveitar as rotinas de higiene e alimentação para desenvolver a relação.
• Não deixar que a criança passe muito tempo sozinha com os seus brinquedos.
Dra. Daniela Rita